O projeto
“Ação Humanitária: Alterações Climáticas e Deslocamentos” (HumAct) é um projeto de 3 anos desenvolvido ao abrigo do Programa Erasmus + Capacity Building e é coordenado pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. Os parceiros são: a Universidade Nacional e Kapodistriana de Atenas, Universidade de Cabo Verde e a Universidade de Santiago, de Cabo Verde e a Universidade Pedagógica, Universidade de Pungue e Universidade de Rovuma, de Moçambique.
O HumAct é uma colaboração entre duas universidades Europeias e cinco universidades Africanas com o objetivo de capacitar estas últimas na área da ação humanitária em relação a mudanças climáticas e deslocamentos. O projeto responde a dois conjuntos principais de desafios e fornece uma solução integrada para os mesmos. O primeiro é o desenvolvimento de capacidades no ensino superior nos países parceiros; o segundo refere-se especificamente às necessidades de profissionalização do setor humanitário nesses países. O HumAct propõe-se a abordar essas questões, concentrando-se na melhoria das capacidades das IES nos países parceiros na área de ação humanitária (AH) por meio do desenvolvimento de currículos e desenvolvimento de competências. O HumAct foi concebido na sequência de uma avaliação das necessidades das IES nos países parceiros, identificadas através das suas Estratégias de Ensino Superior nacionais e em consultas com as IES parceiras.”
Objetivos
O principal objetivo é aumentar a capacidade das instituições de ensino superior na área da Ação Humanitária (AH) em relação a mudanças climáticas e deslocamentos nos países parceiros, especificamente em Cabo Verde e Moçambique, em colaboração com instituições dos países do programa, nomeadamente Grécia e Portugal.
Os objetivos específicos são:
• Aumentar a capacidade no que diz respeito a conteúdos nos aspetos relevantes na AH
• Desenvolver a capacidade de investigação de educadores e alunos relativamente a AH
• Desenvolver as estratégias pedagógicas dos educadores
• Fortalecer o alcance e o envolvimento das comunidades
Caráter Inovador
O projeto é inovador pelos seguintes motivos:
• Inclusão dos diferentes stakeholders no desenvolvimento de currículos, incluindo membros da comunidade diretamente afetados por desastres humanitários.
• Foco na ligação universidade-comunidade, com forma de aprendizagem mútua entre ambas.
• Descolonização dos currículos de AH, incluindo valores afrocêntricos, como o Ubuntu, informados pelo princípio ético de respeito pela dignidade inerente à humanidade.
• Desenvolvimento de capacidades no âmbito do uso de estratégias pedagógicas inovadoras, participativas e emancipatórias, destacando o poder do diálogo reflexivo tanto em sala de aula como em grupos comunitários.
• Foco nas IES como um todo; inclusão de várias disciplinas para gerar uma cultura institucional que é sensível à AH e realça a importância da inter e transdisciplinaridade na AH.
Estratégia
As suas abordagens colaborativas, de justiça social e centradas nas pessoas têm muito a oferecer na prevenção de desastres humanitários, mitigando os seus efeitos e trabalhando em direção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Os currículos previstos e as atividades de desenvolvimento de capacidades planeadas – entre as instituições parceiras e do programa; professores e estudantes; IES e comunidades – são projetadas para promoverem o diálogo e serem democráticas, baseadas num respeito mútuo em relação ao que cada parte tem para oferecer. A maioria dos profissionais envolvidos na AH dedica-se ao trabalho “no terreno” num mundo em rápida e intensa globalização e, ao fazê-lo, muitas vezes criam pontes entre as divisões local-global e micro-macro. Os profissionais da AH testemunham diariamente o sofrimento gerado na vida das pessoas por políticas e pelas decisões políticas e económicas tomadas. Estes profissionais estão, portanto, em posições estratégicas para contribuir para o desenvolvimento de políticas humanas justas, desafiar aquelas que são prejudiciais e unir análises e intervenções ao nível macro e micro. Os novos currículos adaptados serão projetados para atingir esses objetivos, apesar das limitações impostas pelo capitalismo neoliberal e pelas novas formas gestão.